Biografia
de Nélio Wanderley Próspero - Histórico São Carlos – SP
NASCIMENTO e FAMÍLIA
Nélio Wanderley Próspero nasceu em São Carlos – SP, em abril de 1934, no dia 16 como
afirmava sua mãe Cecilia Mangerona ou 27, como consta da sua certidão de nascimento.
Só descobriu isso quando foi fazer sua matrícula para a Primeira série do curso
ginasial. Sua mãe reclamava que seu pai Antonio Próspero foi quem demorou para fazer
o registro e ele afirmava ter ido logo. Isso foi motivo para uma brincadeira
constante: Nélio afirmava não saber qual o seu signo: Áries ou Touro. Nasceu na Rua
Episcopal, 180, por uma parteira.
Teve como irmãos: Florival e Wilma (já falecidos) e adotivo, Dermeval Vanderlei
Caromano, filho de Maria Mangerona (irmã da mãe Cecilia) e Leonardo Caromano, hoje
morando com sua família em Ubatuba SP.
O ano do seu nascimento marca uma data importante: a fundação da USP (Universidade de
São Paulo), onde iriam estudar sua esposa Vera Lúcia Chaves Próspero (Pedagogia) e seu
filho Ricardo Chaves Próspero (engenheiro químico pela Politécnica).
A CIDADE DE SÃO CARLOS
São Carlos, cidade montanhosa, considerada na época como a “Cidade do Clima”, era
servida por bondes elétricos e a comunicação com outras cidades e a capital São Paulo
era feita através da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, magnifica ferrovia,
elétrica, bitola larga, excelentes vagões, confortáveis, restaurante, leitos e
serviços aprimorados. Rodovias eram inexistentes ou de trânsito difícil.
Hoje, bondes não mais existem, como não mais existem os trens, eliminados por uma
corja de imbecis que priorizaram o transporte por veículos movidos a gasolina ou
diesel, dando início à destruição da atmosfera, cujos efeitos dramáticos são sentidos
hoje.
AS FAMÍLIAS PRÓSPERO, MANGERORA, PRIGENZI
E DE AMIGOS
Residiam ali, outros parentes das Famílias Próspero( Alaor e Irma, Agenor .........),
Mangerona (tia Catarina – irmã de sua mãe Cecília, com suas filhas Ana e Erminia,
Odilon (que depois iria morar em Bauru) – e, mais tarde, Cezarino Mangerona e sua
família, Tide, Beatriz, Birani, Odinéia, ............ e Prigenzi (Francisco Prigenzi e
Maria, irmã de Antonio Próspero, e filhos Luiz, Rubens, Ruth e ainda Ermelinda,
Felicia, Marcolino, que mais tarde foram morar em Sorocaba; e de amigos de Nélio como
Fernando Leomil e seus magníficos irmãos e irmãs, um dos quais organizava sessões de
cinema e teatro e desenhava filmes projetados por um aparelho rudimentar, que ele
mesmo construía; Pedro e Paulo Alonso; os filhos de Flauzino Marque; Rubens Missali;
Helvídio Gouvea, magnífico professor e poeta, com suas filhas Ruth e Raquel; Belmiro
Batista Gomes Jr, com lindas irmãs, companheiras de dança; Fábio Porto, filho de famoso
dentista Sizenando Porto; Daniel Barbosa – halterofilista; Pedro .......... seu
companheiro de passeios e footings. Todos fumavam, menos Nélio e sempre se reuniam nos
bares e sorveterias da Av.São Carlos.
A SEGUNDA RESIDÊNCIA - DISTRAÇÃO DA
MOLECADA
<
Sua segunda residência foi na Rua 7 de Setembro, 123, confortável, ampla, com inúmeros
aposentos, alguns raramente visitados; com fogão à lenha, daqueles que tinham
encanamento de água junto ao fogo, que a aquecia e ia para um reservatório, fornecendo
água aquecida por todo tempo. Ao seu lado, instalação que foi usada para o açougue de
seu pai e ainda outra, que mais tarde seria uma quitanda dirigida pela sua mãe . Ao
lado da casa, um terreno imenso que ocupava toda a lateral desta casa e ainda todo o
seu fundo, onde a molecada se divertia, jogando bola, correndo, brincando, usando
também toda a área arborizada ao fundo, para esconderijos e túneis. Só uma
preocupação: se a bola caísse no vizinho, ela voltava toda destruída, rasgada. Era
sempre uma gritaria e reclamações. E este problema jamais foi resolvido.
O bonde elétrico passava nessa rua, da linha Estação do Trem até Vila Nery, um parque
muito frequentado pela população. Nessa rua era onde se jogava bola, com raros
veículos passando, sobre paralelepípedos de granito. Perto desta casa, um imenso
terreno com árvores frutíferas, frequentemente invadido pela molecada, para desespero
do Sr. Manoel, que corria atrás e ela mais ainda. Ia reclamar aos pais, mas também,
nada resolvido.
A travessa perto dessa casa, era a Rua São Joaquim, com casas que formavam a “Zona do
Meretrício”. A molecada costumava passear nessa região para ver as mulheres expostas.
Ao transitar por lá, Nélio avistou uma antiga empregada, que o convidou a entrar e
esta foi sua primeira experiência feminina.
A TERCEIRA RESIDÊNCIA
A família transferiu-se depois para a terceira residência, na mesma Rua 7 de Setembro,
esquina de São Paulo, com imenso terreno de jabuticabeiras. Seu pai construiu um
açougue ao lado e sua mãe, logo depois, alugou um local onde instalou uma quitanda.
Nesta e em casa, foi muito importante a colaboração de suas primas Erminia e Ana,
filhas de sua tia, Catarina, irmã de sua mãe Cecilia. Seus irmãos Wilma e Florival
ajudavam os pais, mas eles não queriam que Nélio fizesse o mesmo. Só estudasse.
O bonde passava defronte a casa, onde fazia uma curva para a Rua São Paulo ou quando
vinha por ela e ele era acessado ou dele se descia, em movimento, apanhando-o ou
descendo naquela curva.
OS ESTUDOS - PROFESSORES MEMORÁVEIS
Estudou no então CEEN Álvaro Guião, prédio grandioso, uma das grandes escolas
construídas ao mesmo tempo naquela época em algumas cidades do Estado; depois
Instituto de Educação e depois, outras siglas. Jardim de infância, curso primário –
4 anos, curso ginasial – 4 anos até o 1º. Colegial, quando veio morar em São Paulo.
Teve professores memoráveis:
Louis Contier – Ele era francês e exigia que todos falassem essa língua. Disciplina
rígida. Quando entrava na sala, todos tinham que perfilar, perfeitamente. Se estava
meio torto, ele perguntava “nimerrô” (número) e tinha que responder o número em francês
e anotava num caderno. Depois, “lecture”. Líamos o livro “La Famille Dupont”, tudo em
francês. Ao menor erro de pronúncia, “asseivu” –sente-se. Foi um sufoco.
As provas e notas eram mensais e Nélio foi tirando: 0 - 0,5 – 1,5 – 3,0. Iria repetir
de ano, mesmo que em uma só matéria, como era naquele tempo. Os pais arrumaram uma
professora particular e então, as notas melhoraram: 5,0 – 7,0 – 9,5 e recebeu elogio
do seu professor. Este sufoco valeu, pois Nélio em todos exames para ingresso nas
faculdades que iria cursar: Direito em São José dos Campos; Ciências na Farias Brito;
Biologia e Pedagogia, sempre optou pelo Francês que havia aprendido graças a esse
professor, sempre com sucesso.
Luiz Augusto de Oliveira “Luizão” - de Matemática – De grande estatura, impunha
respeito até pelo seu tamanho. Também exigia que todos se levantassem, em posição
correta e se portassem convenientemente à sua entrada e saída da sala. Ele sentava e
colocava os sólidos geométricos sobre a mesa. Rolava a esfera, que ia até a ponta da
mesa e ameaçava cair no chão. Era um suspense e um sufoco na classe, angústia e
expectativa geral. Um inesquecível professor, que depois foi Prefeito de São Carlos e
deputado estadual.
Helvídio de Oliveira – de Português – poeta, com vários livros publicados. Suas lindas
filhas, Ruth e Raquel, eram colegas, amigas e companheiras de dança de Nélio. Ele foi
quem, gentilmente, escreveu os primeiros discursos de Nélio, lidos em formaturas ou em
solenidades.
Sua irmã Wilma, uma grande cabuladora de aulas, detestava Geografia. Repetiu de anos
graças a esta matéria, que dizia, por perseguição do professor. Seu pai quis ter uma
conversa muito séria com ele, mas foi desaconselhado disso pois Nélio era também seu
aluno e não tinha nenhum problema com ele. Pensou em mudar de escola, mas no Colégio
das Freiras, para onde pensava ir, ele também era professor. Ficou e enfrentou a
situação. Logo, o professor se removeu e resolveu o problema.
Esteve sempre entre os melhores da classe, auxiliava muito seus companheiros e
companheiras.
ORADOR E PARTICIPANTE DE CAMPANHA
POLÍTICA
Gostava muito de discursar, foi o orador nas formaturas do primário e
ginasial, em praças públicas, especialmente nas comemorações da Revolução
Constitucionalista de 1932.
Fez propaganda política, em carro de som, para o candidato a Prefeito Vivente Petrili,
apoiado pela Família Pereira Lopes, fabricante das geladeiras Climax. Os comícios eram
muito concorridos e aconteceu algo inusitado no último: o outro candidato, Mário
Massei, usava a Praça Coronel Salles, central da cidade e Petrili, a praça defronte a
Catedral, 200 metros abaixo. Em alguns momentos, notava-se uma praça quase vazia de
público e a outra cheia.
Em outros momentos, a vazia ficava repleta e a outra vazia.
E isto tinha um motivo: o grupo de Vicente Petrili, que havia entregue uma cédula
numerada para quem lá estivesse, sorteava geladeiras aos presentes. Inexplicavelmente,
no momento dos sorteios, o outro grupo ficava sabendo e descia para o outro palanque,
mas só para este momento. Foi uma prévia do que iria acontecer: Massei venceu.
A campanha foi cognominada como: “O milhão contra o tostão.” Petrili, como Deputado
Estadual, fez um movimento para a emancipação de Ibaté, bairro de São Carlos e foi seu
primeiro Prefeito.
FÃ DA DANÇA - EXÍMIO DANÇARINO - AMANTE
DO CARNAVAL
Nélio era fã da dança e, para a formatura do curso ginasial, esforçou-se em aprender.
Graças à sua irmã Wilma e colegas de classe como Wilma Quatrochio, conseguiu o seu
sonhado intento e daí para a frente aperfeiçoou seu próprio estilo, muitas vezes
aplaudido e admirado pelas pessoas presentes aos bailes, que até paravam para vê-lo.
Não perdia os bailes, especialmente no São Carlos Clube, onde seu pai era Diretor de
Esportes, na Associação dos Alfaiates, Dante Alighieri , no salão da Piscina Municipal
e onde mais existissem.
Amante do Carnaval lembra ter participado, de corso carnavalesco em carros, pela Av.
São Carlos, imensa, que ia do seu início na Rodovia até o cemitério e atingia
novamente outra parte da Rodovia. Participou ativamente dos bailes carnavalescos.
MAGNIFICAS FÉRIAS ESCOLARES
Suas férias escolares eram magnificas: ia de trem Maria Fumaça até Santa Eudóxia e de
charrete dirigida por seu primo Tide, até a Fazenda Figueira Branca, administrada por
seu tio Cezarino Mangerona. Eram dias magníficos: levantar cedo para tomar leite
diretamente da vaca, andar a cavalo, moer cana para fazer garapa, ajudar em algumas
atividades e, antes de dormir, apreciar o céu estrelado, milhões de estrelas, algo
jamais visto nas cidades.
Com uma certa frequência, seus pais levavam os filhos, de bonde, até uma sorveteria
famosa, na Praça da Igreja de São Benedito. Numa certa ocasião, funcionou ali perto um
cinema. E eles assistiram um filme “O vento levou”, mudo, com um pianista diante da
tela e esta, precisando ser molhada a todo instante.
FINS DE SEMANA MUITO DIVERTIDOS
Os fins de semana eram muito divertidos: Aos sábados - Sessão de cinema no Cine São
Carlos, depois footing na Praça Coronel Salles – as garotas ficavam circulando de cima
para baixo, continuamente e os rapazes ao lado, parados, fechando o círculo em torno
delas. Eram trocados sinais ou piscadas, para simbolizar um acerto de conversa e,
quando afirmativo, os comprometidos deixavam o footing e iam para outras praças,
especialmente a da Catedral, onde havia uma figueira enorme, centenária, cujos frutos
(?), macios e redondinhos, eram usados para montar, com palitos, pequenas peças de
móveis e um Coreto para apresentação de peças ou bandas.
Nélio, frequentador assíduo desse footing, chegou a ajudar seu irmão Florival durante
algum tempo, no controle dos engraxates que ele destacava para ali ficar e oriundos de
enorme banca que possuía na Av. São Carlos.
Foi nessa Praça que, durante a semana, seu irmão Florival vinha jogar bola com uma
garotada de um time que fundou com crianças da periferia, o Ipiranguinha FC. E a
Polícia sempre atrás.
Pelas 22 horas, o footing se esgotava e era a vez do São Carlos Clube. Nélio, amigos e
amigas dançavam e se divertiam até o encerramento da noitada.
Dia seguinte - Domingo: De manhã: assistir missa na Igreja de São Sebastião, onde Nélio
foi Congregado Mariano ou na Catedral de São Carlos Borromeu. No fim da Missa,
aguardar a saída, especialmente das garotas. À tarde, frequentava a Piscina Municipal
(onde também ia durante a semana) onde havia baile no salão ou ia à matiné do Cine São
Carlos, assistir seriados: como Flash Gordon ou filmes de cowboys.
Um domingo por mês, a matinê era enriquecido pela presença das alunas do Colégio das
Freiras, só feminino, autorizadas a sair nesse dia. Era uma delícia para os garotos.
A paquera rolava, os namoros surgiam. Em seguida, footing na Praça Coronel Salles ou
em torno da Igreja de São Benedito e depois, baile no São Carlos Clube ou Associação
dos Alfaiates.
Ir à Lagoa do Broa, era outro atrativo. Ela, mais tarde, tornou-se um point de São
Carlos com inúmeras residências no seu entorno.
PARTICIPAÇÃO NO ESCOTISMO
Em 1946, o prof. Dias Campos e um seu companheiro vieram para São Carlos e fundaram a
Associação Escoteiros Tupinambás. Entusiasmado, Nélio inscreveu-se e passou a
participar ativamente: primeiro na fanfarra, depois como Chefe da Patrulha do Cavalo -
8 membros com funções específicas (alimentação, saúde, etc). Eram feitas pequenas
caminhadas próximas à cidade e acampamentos por um ou dois dias. Num destes, o
cozinheiro da Patrulha do Cavalo queimou o arroz e o grupo teve que encontrar outras
soluções. Ainda bem que existiam muitas frutinhas nas matas e auxílio das outras
patrulhas.
O grupo foi convidado a desfilar numa cidade próxima, Ribeirão Bonito.
Nélio recebeu algumas incumbências, especialmente do controle de saída e entrada na
escola onde estavam alojados. Na volta, na reunião geral dos escoteiros, foi elogiado
por sua eficiente atuação e nomeado Chefe dos Lobinhos, os garotos menores de idade.
Ele fazia reuniões com eles num prédio na Praça Coronel Salles, que havia sido a
prisão da cidade, obra de Euclides da Cunha, magnifico escritor de “Os sertões “.
Usava as celas para práticas e ensinamentos escoteiros.
MOMENTOS EXPRESSIVOS NA VIDA
Teve momentos expressivos como: no Cine São Carlos -onde seu tio Marcolino era fiscal,
assistiu e esteve frente a frente com o cantor Vicente Celestino, com canções
vigorosas abordando seu amor conturbado com Gilda de Abreu (“Tornei-me um ébrio”e
muitas outras marcantes da sua história); no São Carlos Clube, esteve ao lado de
Luiz Gonzaga, que deu vários shows na cidade e Davi Nasser, famoso repórter de O
Cruzeiro.
SEUS AVÓS MATERNOS E PATERNOS
Poucas referências teve com seus avós paternos, Rafael Próspero (natural de Chietti –
Itália – nascido em 17/09/1863 – filho de Roque Prospero e de Felice Giachette)– e
casado com Clementina de Francesca – de Chietti – Italia; desembarcaram no porto de
Santos em 08/12/1889)-- mas bastante com os avós maternos, Fernando Mangerona
–(natural de Madeiras – Portugal – filho de Manoel Mangerona e Verginia Rosa)- casado
com Herminia Turri ou Turi – nascida em Veneza – Itália; desembarcaram em Santos , em
1892, com 10 filhos menores de 18 anos (?), especialmente com Fernando Mangerona.
Homem rude, exigente, não conseguiu manter sua família unida –
que foi para São Carlos e Utinga, - vagando por vários lugares, até que se concentrou
em Torrinha, com seus parentes: Nair e Toninho, Cida, Odila, Gizelda e seus familiares.
Nélio foi encontrá-lo com sua mãe Cecilia, saudosa dele. Depois, várias vezes esse
encontro se realizou, passando até a ser uma viagem atraente, na fazenda em que morava,
graças à atenção, carinho dos parentes e locais gostosos para se passear. Até os filhos
Ricardo e Renata desfrutaram, em várias oportunidades, desse local. O avô, na hora das
refeições, levantava um brinde com um copo de vinho e saudava os visitantes. E forte e
rijo, ajudava na capina em volta da casa e nos campos. Uma ocasião, o pai Antonio, que
era o Diretor de Esportes do São Carlos Clube, fez a reforma do campo do clube,
revolvendo a terra com um trator e contratou pessoas para nivelar o terreno. Seu avô
Fernando, em passagem por São Carlos, foi contratado para chefiar o grupo. Logo, o
pessoal que lá trabalhava, veio reclamar, alegando que “era impossível acompanhar o
ritmo do velho, ficando muito feio para eles a comparação que se podia fazer”. Foi
assim este avô, que não se deixou vencer pela velhice, trabalhando sempre intensamente
nos serviços do campo ou jardins das casas. Sua mãe, Cecilia, herdou dele estas
características de energia e disposição.
A VISITA DE FAMILIARES
Várias vezes, familiares de seu pai: Nicola Próspero, sua esposa Gina, seus filhos
Walter e Nair e o marido desta, José da Silva, que moravam em São Paulo, vieram visitar
São Carlos.
Em uma dessas visitas, levaram Nélio para Itanhaém, onde tinham uma casa.
Foi o primeiro contato de Nélio com a praia. Foram pescar na ilha lá existente
defronte à praia e conseguiram capturar 4 imensos peixes e uma raia. Não se pensou em
voltar cedo, mas a chuva mudou esse pensamento pois a maré enchia a passagem até a
praia e, se não tivessem saído logo, a travessia até a praia seria impossível e teriam
que ficar lá até o dia seguinte. Foi muito difícil a travessia pois as ondas envolviam
as pessoas, que carregavam os peixes e tinham que se manter em pé. Mas foi uma delícia
saboreá-los depois, com muitas participações. Então, foi uma consagração. Após o
jantar, todos se reuniam para um jogo de cartas. E aí, o ambiente de amizade se
transformava em queixas e discussões. No dia seguinte, todo mundo de cara amarrada.
Levava tempo para amenizar. Devido a isso, Nélio nunca mais quis jogar cartas.
A VISITA DECISIVA E A MUDANÇA PARA SÃO PAULO
Numa outra visita, José da Silva convidou o pai de Nélio a ser sócio dele num açougue
na Lapa – São Paulo. Isto entusiasmou todos os filhos, que sentiam atração para lá
morar. Isto se confirmou e, em janeiro de 1952, a família mudou-se para a Lapa – São
Paulo.
Assim, a família deixou São Carlos, que antes havia recebido uma unidade da USP –
Engenharia e tinha indústrias importantes como: Lápis Johann Faber, de tecidos e
Pereira Lopes, de motores e que iria se transformar num centro de excelência
universitária, de pesquisas.
FIM
Prof. Nélio |
Nélio Wanderley Próspero, .............................................
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