Foto da Família |
Narrativa de Fátima Regina Castro
Sempre brinco: ‘Não sou osasquence, porque Osasco não era Município! Mas meu coração... Morei, na Cidade de Deus, um grande jardim, com tudo que uma cidade deveria ter, inclusive muitas crianças. Tenho amigos de lá até hoje. Brincávamos muito na rua, tínhamos piscina, parque infantil, escola, farmácia, médico, dentista, cinema, clube, zoológico e muito mais... Em 1966, vim morar em Osasco, na Rua Paulo Lício Rizzo e estudar no Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, tenho boas lembranças destes tempos: a primeira vez que estive em Presidente Altino, Bairro que moro desde 1981, após um desfile de 7 de setembro onde lógico, desfilei. Viemos minha família e alguns amigos, comer uma feijoada num restaurante na praça, fiquei encantada com um casarão com janelas azuis do outro lado; éramos vizinhos do Senhor Carlos da Costa Ramalho, em sua casa tinha uma piscina que era a alegria da criançada, quando estava cheia; foi uma época de muitas inaugurações, de entrega de comendas, almoços e jantares, na casa de amigos em sua maioria a própria vizinhança. A cidade possuía alguns restaurantes, que frequentávamos: Cascata, Pizzaria 1009 do Alfredo Thomaz: Prado, Paulino, Churrascaria Costela de Ouro e o inesquecível Cristal; a lasanha da Dona Camila, nunca mais eu comi igual! Para comprar sapatos, adorávamos ir para a Rua Theodoro Sampaio, e roupas, tínhamos duas boutiques na cidade: a Mutuko e a Naide. Em 1971, mudamos para antiga Rua Cará, hoje Eloy Candido Lopes, no Jd Agú. A turminha do “Miséria”, do Ceneart, do Ito e do Floresta, alternava-se entre os bailinhos de garagem, os do “Interact”, dos “Castores”, as brincadeiras de domingo à noite no Floresta e as festinhas de 15 anos que também tiveram seu auge. As vezes não entravámos na aula, para desespero da Irmã Superiora Aguida, ou para fumar no Brasinha, ou passear na Galeria Fuad Auada, para ver as novidades de bijus na loja do Manéco e também encontrar alunos do Ito ou do Ceneart. E os festivais: “marquei em vermelho no meu calendário, seu aniversário para não esquecer”... Em tempos de completa ditadura, recebi uma educação completamente alienada à realidade social e política do país, o conteúdo escolar na ultrapassava ao renascimento, quando muito ao iluminismo. Evidente que cursei o Normal e depois Faculdade de Belas Artes. O tempo foi passando e cada um seguiu seu caminho... Casamento aos 19 anos, filhos aos 22, modelo burguês de uma sociedade provinciana, onde tudo acabava em “felizes para sempre”. Dediquei minha vida profissional à Educação, dirigi Escolas na Zona Norte e Sul do município, permaneci por vinte anos no Liberatti, onde me aposentei em 2013. Nesta trajetória fui construindo meu conhecimento através de cursos de extensão na PUC, USP e ainda na UNICAMP, além de cursos em gestão promovidos pela própria Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Amo esta cidade, aqui construí minha vida, fiz meus amigos, tive meus filhos, vivi momentos felizes, tristes e os mais importantes. Lembranças queridas... |