A Sturlini Matarazzo & Cia. era a fábrica de papel e papelão que se instalou nas terras de Antônio Agu a partir de 1902.
Na verdade documental, essa indústria de papel e papelão teve início ainda no período de João Pinto Ferreira, entre 1882 e 1888. Esta afirmativa se deve ao fato de ter o fundador da Villa Osasco dado uma fábrica de papel e papelão como garantia hipotecária à sua credora, dona Laura Clementina de Souza Mursa em 1892. Mesmo dando o bem como garantia da dívida, a fábrica pertencia a João Pinto Ferreira e não a Antônio Agu. Tanto, que o primeiro vendeu a fábrica à família Sturlini antes da família comprar as terras do fundador. No ano de 1892, a família Sturlini era proprietária de uma fábrica de caixas de papelão na ladeira de Santa Efigênia, nº 11, na Capital. Os Sturlini, como tantos outros italianos, vieram do nada e conseguiram fazer dinheiro através de sua dedicação ao trabalho. Narciso e Mariana Sturlini perderam uma filha com um ano de idade, em 1888, e a enterraram graças a caridade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Mas o tempo e o trabalho fizeram desta mais uma das famílias de empresários que se instalaram na Villa Osasco. Em 4 de abril de 1902, Mariana e Narciso Sturlini compraram um terreno de 160 mil metros quadrados no km 16 da Sorocabana, tendo como vizinhos: “terrenos do vendedor, Antônio Agu, de Guidone & Lippi e do outro lado do rio Bussocaba o Dr. Fortunato de Camargo”. A venda foi feita a prazo. Os compradores tinham três anos para pagar a dívida de 25 contos de réis ao vendedor. E por força dessa escritura ficavam com o direito de se utilizar das águas do tanque que servia para o gasto da fábrica de papel pertencente aos compradores, “tendo outrora servido a fábrica que pertenceu a João Pinto Ferreira”. Outro direito dos compradores era utilizar-se da estrada que passava pelas terras de Guidonni & Lippi e que dava acesso a estrada provincial São Paulo/Itu. A única proibição existente nesse contrato era a de alterar o nivelamento das águas naturais do córrego Bussocaba até a estrada provincial. Essa proibição era mais do que justificada, já que a alteração do nivelamento de água causaria alagamento de áreas cultivadas por seus vizinhos. Na venda a prazo do terreno, Antônio Agu ficou com a hipoteca “dos maquinismos e dos edifícios da fábrica de papel”. Sendo assim, nada mais justo do que ser consultado juridicamente no momento em que a firma Sturlini Matarazzo & Cia precisava de um outro empréstimo, para compra de um novo secador de papel. Este segundo empréstimo foi feito por Francisco Matarazzo & Cia. Um contrato diferente, pois, ao invés de dinheiro devolvido ao credor, a importância seria paga em mercadoria produzida pela indústria. Isto é, em papel de embrulho, que seria comercializado pela F. Matarazzo & Cia. O mínimo que poderia ser depositado pela indústria de papel era duzentos e cinqüenta fardos, com peso de 60kg cada um. Para produzir essa quantidade de papel de embrulho comumente usado pelo comércio, a Indústria Sturlini & Matarazzo teria que ter o seu segundo secador. Foi para pagar o novo maquinário que o Comendador Francisco Matarazzo autorizou a abertura de crédito de 25 contos de réis em dinheiro a seu irmão Nicolau Matarazzo. Como a garantia do negócio era dada pelos maquinismos e prédios da fábrica de Osasco, que já estavam hipotecados a Antônio Agu, foi necessário que o primeiro depositário cedesse ao segundo, Francisco Matarazzo, os bens da Sturlini Matarazzo & Cia. No momento da assinatura desse contrato, a fábrica de papel e papelão tinha: casas de tijolos cobertas de telhas, barracões, puxados, casa de máquinas com um sobrado anexo, uma vila operária com diversas casas e um forno para tijolos. Até a data de assinatura do contrato, Narciso Sturlini não tinha quitado sua dívida com Antônio Agu e, ainda assim, o vendedor autorizou o fechamento do negócio com uma terceira pessoa, usando os bens que lhe haviam sido hipotecados em primeiro lugar. Isso quer dizer que, se Narciso Sturlini não conseguisse pagar todas as suas dívidas, o resultado da venda da indústria Sturlini & Matarazzo seria dividido meio a meio entre seus credores. A sorte é que a avaliação dos bens da Sturlini Matarazzo & Cia somavam um total de cinquenta contos de réis, que, por sua vez, correspondia a um pouco mais do valor total dos dois empréstimos. Isso porque, os juros da compra do terreno correspondiam a 12% ao ano pagáveis a cada dois meses. Os juros dos empréstimos de Francisco Matarazzo eram de 9% ao ano e a comissão de intermediação a ser paga ao fornecedor do papel correspondia a 7% do valor da venda - o que, a grosso modo, se pode dizer que correspondia a um juro real de apenas 2%, a serem pagos a cada dois meses. Assim, graças a boa vontade de Antônio Agu, foi possível o desenvolvimento da Indústria de Papel e Papelão Sturlini Matarazzo & Cia. |
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Titulo: Breve fotos |
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