Hagop Koulkdjian nasceu em 3 de maio de 1906, na cidade de Sis (hoje Kosan) -
Turkia. Filho de Krikor Koulkdjian e Khatoun (Chalikian) Koulkdjian. Tinha 3 irmãs:
Maxim (Koulkdjian) Kirbyikian, que viveu em Presidente Altino; Sirvat (Koulkdjian)
Papasian, viveu na Argentina; e Anush Koulkdjian, viveu na Rússia.
Em 1º de dezembro de 1928 embarcou, em Marselha, no navio Guarujá com destino ao Brasil.
Trazia consigo apenas o desejo de sobreviver em um lugar de paz e de oportunidade de trabalhar
e construir uma família, essa era toda a sua bagagem pessoal, alem dos traumas de guerra vividos na
infância.
Assim, vindo de Beirute - Síria depois embarcando no navio em Marselha, em uma viagem de 25
dias, chegou ao Brasil, em 26 de dezembro de 1928 com vinte e dois anos anos de idade.
No Brasil aprendeu a arte da fotografia com o Sr. Poladian seu patrício, de quem "emprestou"
(alugou) uma câmera fotográfica tipo "Lambe-Lambe" e iniciou a atividade de fotógrafo
ambulante.
Hagop foi o primeiro fotógrafo a se estabelecer em Osasco como veremos mais a frente.
Morreu em 18 de junho de 1988, com 82 anos, em Osasco, São Paulo, Brasil. Esta sepultado
no cemitério Bela Vista em Osasco.
Os armênios têm prestado uma importante contribuição para o desenvolvimento da
sociedade brasileira, atuando nos mais diversos setores da vida privada e pública
nacional.
A comunidade Armênia se organizou ao redor de sua igreja e escola. Surgiram também
agremiações esportivas e culturais. Hoje, além dos armênios radicados em Osasco e
São Paulo, há comunidades importantes também no Rio de Janeiro e em várias outras
cidades pelo Brasil.
Vou aqui descrever sobre esse imigrante, que se fixou em Osasco, e adotou o
Brasil como sua segunda Pátria, meu avô Sr. Hagop Koulkdjian de quem herdei o nome.
Hagop Koulkdjian e Vahantin (Kouyoumdjian) Koulkdjian
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Breve Histórico
Em 1928, com 22 anos de idade chega ao Brasil o Sr. Hagop Koulkdjian, natural da
cidade de Sis. Tomar o trem com irmãs e outros imigrantes e chegar no então Km 14 da
Sorocabana, Estação Presidente Altino, era realizar um sonho.
Afinal o caminho iniciado na Pátria de além mar não tinha sido fácil ou agradável
para esses imigrantes. Ter um sonho fazia parte do processo de resistir ao
sofrimento que lhes foi imposto.
Em Presidente Altino já havia alguns armênios, e estes ajudavam os recém chegados.
O Sr. Hagop aprendeu a arte da fotógrafia, e iniciou sua atividade como fotógrafo ambulante,
e carregava aquela câmera com tripé conhecida como “lambe-lambe”. Assim trabalhou por
vários anos, tomando o trem e indo a várias regiões de São Paulo para realizar seu
trabalho.
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Em 1933 casa-se com Vahantin Kouyoumdjian, como ele oriunda da mesma cidade de Sis.
O casamento foi realizado na Igreja Apostólica Armênia.
Em 1934 nasce o primeiro filho Krikor Koulkdjian neto em Presidente Altino - Osasco.
A partir de 1936 O Sr. Hagop passa a fazer diversas viagens a Recife, Pernambuco e
outras cidades do Nordeste, com o amigo Apkar Cholakian, onde seu trabalho como
fotógrafo ambulante se desenvolve bastante.
Asniv Cholakian filha de Apkar Cholakian
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Conforme narrativa de Asniv Cholakian, filha de Apkar, esta viagem, dos dois amigos,
foi repleta de aventuras e situações complicadas, conforme contou seu pai: Entre
tantas talvez, a situação mais difícil, tenha sido quando foram presos pelo grupo
do Lampião. A princípio, o grupo queria apenas lhes tomar o dinheiro, porem diante
do fato de serem estrangeiros, e vindos de São Paulo, dois aspectos odiados por
Lampião e seu grupo, a situação se agravou, e passaram a ser prisioneiros do grupo.
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Durante meses, as famílias de Hagop e Apkar, ficaram sem notícias, e em difícil
situação já que cessaram o envio de notícias e dinheiro, por carta.
À medida que o tempo passava a angústia e desespero aumentavam. As famílias já
cogitavam a possibilidade de estarem mortos, pois nunca ficaram tantos meses sem
dar notícias. Restava apenas rezar e se ajudarem mutuamente.
Finalmente o grupo do Lampião resolve libertar Hagop e Apkar, segundo disseram,
essa libertação se deu por influência de um fotógrafo libanês de nome Benjamin.
Quando parecia que a situação iria se acalmar, Hagop e Apkar, são presos pela
polícia de Pernambuco, dessa vez por serem estrangeiros e estarem sem seus
documentos.
Esta situação se resolveu, em pouco mais de uma semana, quando os contatos por carta
com as famílias se restabeleceram.
De volta a São Paulo, Hagop volta a trabalhar em seus pontos, na Estação da Luz, e
praça da República ainda como fotógrafo "Lambe-Lambe".
Em 1939, com suas economias, fixa seu comércio fotográfico na Rua Antônio Agu em
Osasco, à época um bairro abandonado de São Paulo, altura do atual número 90, à época nº 08,
próximo da estação ferroviária. E por falar em economia meu avô sempre dizia:
_"Se ganhas $100, viva como se $40 ganhasse".
Abaixo fotos de Osasco em 1932 e parte do largo da Estação em 1937
Ainda nos anos 1930 o casal, Hagop e Vahantin, teve mais duas filhas, que
faleceram com menos de um ano - Em osasco nesse periodo, dos anos trinta, muitas crianças
vieram a óbito por falta de saneamento básico na vila conforme descrito nas inspeções sanitárias
realizadas no período.
O Sr. Hagop tinha o objetivo de adquirir uma casa própria para sua família de
preferência em Presidente Altino, onde moravam a maioria dos armênios.
Em 1940 a Sra. Serena Ferre, proprietária de um casarão na rua Antônio Agu, ofereceu
ao Sr. Hagop a possibilidade de lhe vender o imóvel.
Este casarão ficava em frente ao Cotonifício Beltramo, (antigo prédio da Fábrica de
Tecidos de Algodão Enrico Dell'Ácqua & Cia.) local do atual Plaza Shopping. Esse
casarão de 1897, foi construído para ser a residência do gerente da indústria
Dell'Ácqua & Cia.
Na foto abaixo data é 1900, pode-se ver a família Ferre inteira: Dona Cristina, de
vestido preto, Serena em frente dela, Ercole seu esposo, Fábio e José na bicicleta
e no cavalo Graziela Ferre.
A cocheira foi mais tarde o local da antiga Livraria Siciliano, e entre a cocheira
e a casa havia um pomar.
Esta área do pomar é onde mais tarde foi instalada a Casa Ulisses de Calçados.
Foto tirada a partir do terreno da fábrica de tecidos, e dá para ver perfeitamente,
a cerca de madeira, da mesma.
Para o Sr. Hagop a possibilidade oferecida por Serena era interessante, porem longe
de suas posses. Mas para não deixá-la sem resposta, fez uma proposta absurda para
encerrar de vez o sonho desse negócio, e propôs a metade do valor pedido e com
parcelamento. Claro, Serena não aceitou e nem fez uma nova proposta, foi embora
decepcionada.
Passaram-se alguns anos e o Sr. Hagop, vendo que ainda Serena não havia vendido aquele
imóvel, procurou-a e fez então sua oferta, um pouco melhorada, e com um parcelamento
mais longo. Serena então, pediu-lhe um prazo para pensar.
Após alguns meses Serena procurou o Sr. Hagop, e concordou em fazer o negócio.
Claro que a Rua Antônio Agu à época, nesse local, era horrível para se morar, seja
pela posição (em frente a uma fábrica), a fuligem e cheiros exalados pela chaminé,
o apito da fábrica, seja pelas constantes enchentes e o lamaçal, e a falta de
privacidade diante de centenas de funcionários postados a frente da casa nos
intervalos do almoço.
O que entusiasmava o Sr. Hagop, era a possibilidade de, em um único local, poder
morar com a família, montar um laboratório fotográfico, e ainda abrir um Foto
Estúdio com laboratório, e tudo isso próximo de muitas fábricas e de alguns clientes
já fidelizados no seu endereço anterior.
Para realizar esse sonho da casa, o Sr. Hagop contou com a ajuda de sua irmã Madie
(Maxim).
Assim, em 1945 se dá a mudança, do foto e de sua família, para o número 223
da Rua Antônio Agu, agora em sede própria, e também residência da família.
Filho Krikor que aos 12 anos ganha o apelido de "Cuco"
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O primeiro filho Krikor estudou na escola Armênia de Presidente Altino, quando completou o
primeiro ciclo escolar, aos 12 anos de idade, ele ganhou um relógio de pulso do seu pai,
meu avó Hagop, que explicou para ele a importância da pontualidade - pois para quem
está esperando, um minuto parece ser uma hora!
Na mudança de Presidente Altino para a Rua Antonio Agu, o filho Krikor passou a estudar
na Escola Marechal Bintencourt.
Quando o Krikor ia à escola e via que estava adiantado na hora, desacelerava o passo
de modo a entrar na escola exatamente no horário, nem um segundo a mais nem a menos.
Nessa época havia um relógio muito famoso e quase todas as casas tinham, o relógio Cuco que
a cada exata hora, saía de uma portinhola o passarinho "Cuco" e cantava o numero das horas.
Pela pontualidade extrema que meu pai tinha com o horário escolar ganhou este apelido dos
colegas da escola. Krikor Koulkdjian Neto ou "Cuco" como era mais conhecido.
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Pioneiro no ramo fotográfico em Osasco o “Foto Studio SIS” registrou a história de
muitas uniões de famílias osasquenses.
Presidente Altino era um bairro bem povoado para a época e o “Foto Studio SIS”
ficava justamente entre esse bairro e a Igreja Sto. Antônio onde eram realizados muitos
casamentos.
Também haviam as fotos em estúdio com hora marcada - um dos quartos da casa foi
transformado em estúdio com painéis temáticos - os painéis mais solicitados eram de
noivado, 1ª comunhão, em escada, em cadeira sofá, entre outros.
"Casa Ulysses de Calçados" se instalando no novo endereço
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Um dos fatores para o desenvolvimento comercial da rua Antônio Agu, sem dúvida, foi
a estação ferroviária bem em frente ao início da Rua.
Pouco a poucos vão chegando novos comércios tornando a rua Antônio Agu cada vez mais
atrativa para o comércio varejista, e menos à implantação de novas indústrias.
É no início dos anos 50 que a "Casa Ulysses de Calçados" muda da rua da Estação,
para a rua Antônio Agu, tornando-se vizinho do Sr. Hagop.
Tarjado em vermelho na foto é o local que será construído o salão que passará a
abrigar o "Foto Studio SIS" que a partir daí deixará de ser no interior do casarão.
Tarjado em verde, espaço de um metro de frente, que será vendido para o Sr. Ulysses
Dante Battiston. como veremos à frente.
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Aos poucos foram sendo introduzidos outros produtos inclusive religiosos como
quadros com a imagem de Cristo, crucifixos, álbuns, porta-retratos, etc.
O Sr. Hagop e sua esposa Valentina tiveram seis filhos, Krikor (Cuco) nasceu em
1934, Knarik em 1936 e Alice em 1939 faleceram antes de completarem um ano de vida, Manoel Manug em
1941, Arthur em 1943 e Hatum (Rosa) em 1947.
Em 1953 casa seu primeiro filho Krikor, e o Sr. Hagop não mediu esforços para
realizar uma grande festa. Para tanto vende um metro de frente do seu terreno para
o Sr. Ulysses Dante Battiston (Casa Ulysses de Calçados).
Krikor Koulkdjian e Mariam Guseliam Koulkdjian
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O filho Krikor era muito querido pelos parentes e tinha muitos amigos.
Parentes que moravam no Chile e Argentina enviaram presentes e felicitações.
Presentes não paravam de chegar de todos os cantos. Para ter uma ideia foram mais
de 10 jogos de chá e café, vários jogos de copos todos iguais mais de uma dezena de
aparelhos de jantar, enfim não havia mais espaço para tantos presentes.
O fato é que o casal ia morar no casarão com os pais do noivo, e todos aqueles
presentes não seriam necessários ao dia a dia do casal, e logo veio a ideia de
colocar os presentes excedentes e repetidos em exposição nas prateleiras do foto.
A partir daí o, “Foto Studio SIS”, passa a diversificar ainda mais o ramo de
atividade com a introdução de utensílios domésticos, como copos, pratos, talheres,
e presentes em geral.
Passado algum tempo o Sr. Hagop e o filho Krikor resolvem mudar o ramo de atividade,
e registra nova razão social, passando a razão social para "Hagop Koulkdjian e
filhos Ltda".
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O comércio do Sr. Hagop agora com a vocação para o ramo de utilidades domésticas
torna a atividade fotográfica cada vez menor.
O filho Arthur com 10 anos de idade, em 1953, já demonstra um apurado tino
comercial, sempre muito falante e comunicativo, sua brincadeira de colocar revistas
e gibis usados na parede do casarão para vender, começa a render-lhe alguns trocados.
O filho Manoel Manug em 1953 com 13 anos era mais dedicado a estudar e mostrava-se
muito organizado e disciplinado em seus afazeres.
Os presentes do casal Krikor e Mariam tiveram boa saída no Foto, e foram rapidamente
terminando sendo necessária a reposição das mercadorias. A primeira empresa
visitada pelo Sr. Hagop foi a ind. Nadir Figueiredo, seguida da Fracalanza, e
porcelana real.
Documento de naturalização
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Para comprar mercadoria de grandes empresas, e ter crédito junto aos grandes bancos
e instituições financeiras, era necessário estar regularizado com as normas e leis
brasileiras. Nessa época o Sr. Hagop Koukdjian já havia se naturalizado e contava
com o documento assinado por Getúlio Vargas.
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No Final dos anos 50 o Sr. Hagop recepciona para um almoço em sua residência, o
então Prefeito de São Paulo Sr. Adhemar de Barros. Entre outras autoridades
presentes estava o Vereador de São Paulo Sr. Hirant Sanazar.
Almoço com prefeito Adhemar de Barros e Sr. Hirant Sanazar
à época vereador em São Paulo.
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Nessa oportunidade o Sr. Hitant Sanazar solicitava ao Prefeito a construção de uma
ponte no bairro Rochdale.
O Sr. Hagop sabia recepcionar os amigos e parentes como poucos, como trunfo tinha
sua esposa Sra. Vahantin (Valentina) que preparava as delicias da culinária Armênia,
com pratos típicos, que deixava todos com vontade de voltar no dia seguinte.
Nesse dia muitas figuras ilustres de Osasco compareceram à residência do Sr. Hagop.
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Em 1960 - O filho Manoel Manug está servindo o exército no 2º GCAN 90
Após a baixa no exército, Manoel Manug com 20 anos, assume a função administrativa
e de compras na empresa.
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Ainda nos anos 60 o Sr. Hagop recepcionou em sua residência o astrólogo Sr. Omar
Cardoso, muito conhecido na época (o homem do horóscopo) que veio acompanhado com
Roberto Carlos à época em início de carreira (para tratar de um show no Cine Glamour
que acabou não se realizando, na data marcada por motivo de segurança)
Esse show acabou acontecendo em outra data.
Foi nos bastidores do Cine Glamour em Osasco que, segundo comentou Roberto Carlos,
em entrevista a uma revista, que começou a compor a música “Quero Que Vá Tudo Pro
Inferno” lançada em 1965.
Em 1962 é realizada uma reforma e reestruturação da “Casa SIS”, transformando-a num
comércio moderno para os padrões da época. Com os filhos Manoel Manug assumindo a
parte administrativa e o filho Arthur comandando a parte comercial. Seguem-se anos
de muito trabalho e dedicação.
Com o ramo de atividade consolidado, "Hagop Koulkdjian e Filhos Ltda." se transforma
agora em "Casa Sis Utilidades Domestica Ltda." o slogan era: “Casa SIS o Paraíso dos
Presentes”.
Repórter Fotográfico
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O filho Krikor continua no Ramo fotográfico e como repórter fotográfico do Jornal "A
tribuna de Osasco" de propriedade do saudoso Capitão Rodolpho. que era vizinho da
nossa família, pela atual rua República do Líbano, onde também funcionava seu
consultório dentário.
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O filho Krikor gostava de empreender e iniciou um trabalho de vendas externas para bares,
restaurantes, hoteis, buffet, clubes e outros. Vendia e entregava nesses estabelecimentos uma
vasta linha de produtos como talheres, pratos, copos, tachos e diversos utencilios para cozinhas
industriais. Eu era pequeno e lembro dos atacadistas que visitavamos, e nos finais de semana
junto com a famílias iamos com a Kombi fazer as entregas e almoçavamos nesses restaurantes.
Alguns clientes e restaurantes que íamos era o "Recanto Anhanguera" o "Lago Azul" em Louveira,
o "Frango Assado" Campinas e tantos outros.
Ainda nos anos 1960 o filho Krikor montou uma fábrica de sandálias na Av. João Batista ao lado
da casa alugada da Sra. Genta onde moravamos. Nesse local hoje esta o primeiro Cartório de
Notas de Osasco.
Esta fábrica pegou fogo ficando totalmente destruida. Foram tempos difíceis tendo que começar
do zero. Nesse periodo Krikor passou a fazer entregas comerciais para a Casa SIS com a Kombi.
Em maio de 1972 aos 38 anos de idade veio a falecer devido a um acidente automobilistico em
Presidente Altino.
Nessa década de 70 com o comando e competência dos filhos Manoel Manug e Arthur, a casa SIS
cresce muito.
A Rua Antônio Agu já desponta como um dos maiores corredores comerciais de
São Paulo, atraindo para a cidade grandes e famosas lojas de varejo, Bancos de
Crédito, profissionais liberais, Bares, Pastelarias, Livrarias, Bazares, em fim
toda uma gama de pequenos e grandes empreendedores.
O filho Arthur era perfeccionista e sempre atento as inovações na área comercial e de Lay Out
da loja. Tinha um elevedo bom gosto, sempre estudando e pesquisando a melhor maneira de se
expor as mercadorias. Sua elegância na relação com o cliente era única e muito admirada e
comentada por todos. Também sua apresentação pessoal era impecável. Sem dúvida foi um mestre
na arte da venda de varejo com quem aprendi muito. Suas técnicas intuitivas de venda são
matéria de muitos cursos de venda até os dias de hoje.
Podemos dizer que a Casa SIS ao longo de sua existência foi uma grande escola de
comércio para muitos dos seus funcionários que por lá passaram e saíram verdadeiros
comerciantes.
O filho Manoel Manug com o perfil voltado para a área administrativa, passa a cuidar das
compras junto aos fornecedores e toda a parte de controle - o sistema de vendas a crédito
começa a ser desenvolvido por ele ainda nos anos 1960, e ainda as vendas chamadas
antecipadas, onde o cliente pagava um carne ao longo do ano e no final do ano retirava o
valor pago em mercadorias.
O filho Manoel Manug participou de entidades como o Rotary Clube de Osasco e também da
ACIO Asociação Comercial e Industrial de Osasco onde convenceu e empreendeu os trabalhos
de informatização do serviço de Proteção ao Credito de Osasco SPC.
Manoel Manug foi membro ativo da Comunidade Armênia de Osasco - dedicou vários anos de sua
vida colaborando e trabalhando pela entidade como diretor e conselheiro.
O Sr. Hagop até meado dos anos 1970 ainda cuidava de algumas relações bancárias e financeiras da
empresa que mais tarde também passou a ser exercida pelo filho Manoel Manug.
O Sr. Hagop como membro atuante e participativo da comunidade da igreja Apostólica
Armênia de Presidente Altino, dedica-se a ela, agora com mais tempo e condições.
O Sr. Hagop falece em 18 de junho de 1988 aos 82 anos de idade em Osasco.
O Sr. Hagop Koulkdjian vindo da distante terra da Cilícia Armênia, aqui chegou trazendo além
da roupa do corpo sua fé cristã as dores e os traumas de quem vivenciou na infância
atrocidades de uma guerra onde perdeu pai, mãe, parentes, perdeu bens, terra e
Pátria. Porém não perdeu a fé e não deixou de sonhar.
O Brasil foi sua segunda Pátria, aqui plantou sua Fé, colheu os seus Sonhos e
deixou suas sementes.
(Hagop Koulkdjian Neto).
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